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[ Folder GEOTEC II ]

INTRODUÇÃO

As aplicações das geotecnologias têm apresentado um crescimento substancial no Brasil. A partir da década de 1990 seu emprego tem ganhado espaço nos diversos segmentos das ciências, em setores de pesquisa acadêmica, destacam-se aplicações em Saúde, Transporte, Ecologia, Demografia, Economia, Informática, Geografia, Geologia e demais campos do conhecimento, com destaque nas áreas relacionadas as Ciências da Terra.

O panorama mundial de tendências no campo da geotecnologia, compreendendo em especial as múltiplas aplicações das geociências para a solução de problemas de engenharia e o aproveitamento de recursos naturais, particularmente os recursos hídricos, minerais e energéticos, tem sido de grande importância na atualidade (BITAR et al., 2000).

As geotecnologias abrangem um conjunto de ferramentas computacionais utilizadas para trabalhar dados espaciais. É compreendida como o conjunto de tecnologias para coleta, processamento, análise e disponibilização de informação com referência geográfica. A geotecnologia é composta por soluções em hardware, software e peopleware, que juntos compõe uma importante ferramenta para tomada de decisão. Dentre as geotecnologias estão a Cartografia Digital, Sensoriamento Remoto por Satélites, Sistema de Posicionamento Global, Aerofotogrametria, Geodésia e Topografia, destacando-se os Sistemas de Informação Geográfica (SIG), dentre outros.

O desenvolvimento dos SIGs é bastante influenciado pela evolução das tecnologias da informação. Diante da crescente popularidade do uso da internet e dos consideráveis avanços das telecomunicações, os SIGs vêm se tornando cada vez mais viáveis e presentes no dia-a-dia da sociedade. SIGs tradicionais proporcionam o tratamento de dados georreferenciados, incluindo entrada de dados, armazenamento, recuperação, gerenciamento, manipulação, análise e saída (ARANOFF, 1998).

Um SIG constitui-se de um sistema computacional que coleciona, edita, integra e analisa informações relacionadas à superfície da Terra. Para Miranda (2005) representa um conjunto de programas de computador sofisticado contendo quatro subsistemas: 1) entrada de dados; 2) armazenamento e recuperação de dados; 3) manipulação e análise de dados espaciais e 4) saída.

A complexidade que envolve o desenvolvimento de atividades de levantamento de campo e pesquisas no âmbito das geociências requer um amplo leque de informações que as subsidiem, em múltiplas escalas de abordagem, desde imagens de satélite, radar, base cartográfica, mapas geológicos, geomorfológicos, pedológicos e hidrográficos, modelos digitais de elevação, informações de geofísica, dados de levantamento de campos, medições estruturais, análises amostrais geocronológicas, geoquímicas, petrográficas e diversas outras.

A sistematização desse conjunto de informações é de fundamental importância para o conhecimento das características e vocações de cada região, o que demanda a formulação de Sistemas de Informações Geográficas e o aprimoramento de aplicativos de fácil acesso em geotecnologias para acessar sistemas que envolvam grupos de pesquisas no campo das geociências.

O emprego de SIG nos levantamentos e pesquisas em geociências, uma vez adequadamente concebidos, permite a uniformização de parâmetros cartográficos, definição de procedimentos, formulação de arquitetura robusta de banco de dados, criação de dispositivos seguros de acesso e de armazenamento e personalização de interfaces de entrada, recuperação, manipulação e saída de informações, oferecendo um indispensável apoio técnico ao desenvolvimento das pesquisas.

Assim, a necessidade de sistematizar informações envolvidas nessas tarefas, principalmente nas subáreas de geomorfologia, geologia, pedologia, entre outras, demanda a pesquisa para a formulação de SIGs que atendam desde a entrada de dados, sua integração, armazenamento de forma segura, recuperação, acesso, manipulação e disponibilização para os usuários, construindo aplicativos e desenvolvendo soluções para tratamento de dados espaciais.